terça-feira, 11 de maio de 2010

Missão possível

(narrativa de viagem realizada em 03/2010)
Pórtico de entrada de São Miguel das Missões - RS

Desde pequenino ouvi meu pai dizer que um dia iríamos visitar as Missões (por "Missões" entendam que é o Sítio Arqueológico de São Miguel Arcanjo, um conjunto de ruínas da antiga redução de São Miguel Ancanjo, e um dos principais vestígios do período das Missões Jesuíticas dos Guarani em todo o mundo, localizado no pequeno município de São Miguel das Missões, no Noroeste do Rio Grande do Sul.). Pois ele se foi e o dia nunca veio... Mas assim que comprei meu primeiro carro, telefonei pra minha mãe e disse: "Te arruma que no final de semana vamos visitar as missões!". Convidei meu amigo Tiago também e na meia-noite de sexta pra sábado, partimos.Treze horas e 750Km depois, chegamos a São Miguel. Almoçamos e nos hospedamos, pra poder descansar da longa viagem. Porém à noite aproveitamos pra ir ver o espetáculo de som e luzes, no qual ficamos sentados em uma arquibancada e vimos as ruínas ganharem vida em vozes e cores, tudo sob um céu estrelado. Um espetáculo ímpar e um ótimo jeito de aprender um pouco do que foram as reduções jesuíticas. Eu não fazia idéia do que eram esses povos e a riqueza de suas histórias até ir ao local. Foi uma grata surpresa e uma grande emoção visitar e ver ao vivo um pedaço da história mundial, essas ruínas foram consideradas patrimônio cultural pela UNESCO em 1983.
A cruz missioneira e as ruínas da catedral.

Durante a visita pudemos saber muito dos costumes, cultura e organização destes povos, além do seu declínio quando da invasão dos espanhóis e portugueses. E que as Missões não se resumem só aos sete povos, e sim foram espalhados pela América do Sul em vários países. Não cabe colocar aqui muitos aspectos históricos, pois nem um resumo seria pequeno. Quem quiser saber mais, "joga no Google"... =D
Depois fomos a Santo Ângelo, outra cidade missioneira, porém já sem ruínas e com uma réplica da catedral no centro da cidade. Tivemos sorte que estavam inaugurando nesse dia a praça nova em frente a essa igreja, então havia shows de música e bastante gente assistindo.

Centro de Santo Ângelo - RS
Mas devíamos voltar logo, pois a viagem era longa e queria estar de volta no domingo e ter tempo de descansar. Porém uma forte neblina depois de Passo Fundo nos fez parar pra dormir em Lagoa Vermelha, pra seguir viagem no dia seguinte, com um ótimo sol. Almoçamos em Lages/SC e chegamos ao final da tarde de volta a Florianópolis, certamente transformados pela vivência que toda viagem nos causa, e repletos de lembranças de uma curta, porém intensa aventura.
"A estrada em frente vai seguindo
Deixando a porta onde começa.
Agora longe já vai indo,
Devo seguir, nada me impeça."

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Patagônia Trip parte final

Bom dia meus leitores imaginários!

Continuação do post sobre a viagem pra Patagônia. (dez/2008)
Onde foi que eu parei a narrativa? Ah, logo ali em Ushuaia né? Dessa vez nem vou pedir desculpas pela demora em continuar a história e nem prometer que vou terminar de narrá-la, já aprendi que não dá pra me garantir nesses aspectos... Aliás, já enrolei demais, vamos ao que interessa (ou não).
Com efeito meu destino seguinte foi El Calafate, província de Santa Cruz - Argentina. Optei por ir de avião, gastar mais grana mas ao menos evitar trinta e poucas horas de ônibus desde Ushuaia (ah, para meus amigos brasileiros, a pronúncia é "ussuaia").
El Calafate me esperou com seu lago (Lago Argentino) com seu azul inesquecível brilhando ao sol e um vento fortíssimo que balançava o taxi que me levou ao albergue. A cidade é bonitinha, o relevo e vegetação ao redor são do tipo estepe, com bosques e também desértico de altitude. Tirei o dia "de folga" pra no dia seguinte rumar a um dos destinos mais esperados da viagem: o Glaciar Perito Moreno (78 Km), dentro do Parque Nacional Los Glaciares. Esse parque, de 724.000 hectares possui um total de 356 geleiras. Este glaciar possúi 5Km de frente, 60 metros de altura e tem o tamanho da cidade de Buenos Aires.

Não tem foto que traduza a emoção...

Daria pra fazer vários posts só sobre essa maravilha da natureza, e publicar fotos e mais fotos que tirei e tantas que tem aí pela net, mas nada disso iria traduzir a emoção de vê-lo "ao vivo e à cores". E que cores, aquele azul profundo contrastando com o verde do bosque e a neve das montanhas. Sem dúvida um dos lugares mais lindos que visitei.

Tudo lindo e inesquecível, mas eu tinha de seguir viagem... Desta vez pra mais perto, pra cidade de El Chaltén (220Km), a capital nacional do trekking, basicamente pra percorrer duas trilhas: Laguna Torre (mirador Cerro Torre) e Laguna de Los Tres ( mirador Mte Fitz Roy). Pra isso fiquei três dias na cidade, o dia do meio pra descansar. A primeira trilha demorou 3h pra cumpri-la e chegar a Laguna Torre, ficar abism
ado com tanta beleza e desesperado por ter que caminhar mais 3h pra voltar...

Paisagens chatas acompanhando a caminhada...

Após um dia de descanso, a temida trilha “Laguna de Los Tres”, com seus 12,5Km de extensão e desnível de 800m. Quatro horas de ida e quatro horas pra voltar. Um frio enorme, mas uma paisagem mais bonita ainda que a outra trilha.

Missão cumprida, voltei a El Calafate pra pegar um bus pra Bariloche e viajar por 19h. Lugar onde passei a noite de Natal em um lugar frio, com amizades feitas no albergue. Linda cidade, merece uma visita no inverno também. E aqui encerro esse longo e chato post, mas necessário pra documentar tão maravilhosa viagem... Depois de Bariloche enfrentei mais 26h de ônibus até Buenos Aires e quase dois dias mais pra voltar pra Floripa. Resumi pra caber, hehehehe...